quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Dove non c'è vino.....Birra dal Ribeirão Preto!!!!!!!!!!!!!!!

Todo mundo conhece Ribeirão Pelo chope do Pinguim, que aliás é muito bom. Essa casa é mais uma das muitas heranças da Cervejaria Paulista, a Antarctica, que se fixou aqui no ano de 1911. A cidade girou por muito tempo por volta dela. Míticas serpentinas levariam a bebida direto da fábrica ao Pinguim, as sirenes que regulavam não só a fábrica, mas o horário da cidade, onde alguns não usavam sequer relógio - confiavam mais na fábrica que em seus dispositivos.

Mas muito se engana quem pensa que foi essa fábrica que iniciou a tradição cervejeira aqui nesta minha terra....

Ribeirão está em cima do famigerado - e muito maltratado (principalmente pelo DAERP, né prefeita?) aquífero guarani. Fica entre os rios Mogi-Guaçu e Pardo. Ou seja, água de qualidade, sempre teve. E em uma terra onde a uva não se adapta tão bem em função do calor, o que devemos beber? Essa pergunta deve ter sido feita pelos nossos fratelli nos anos 1880-90. A resposta foi clara: Birra!!!!!!!!!!

Extraído do site: http://www.dihitt.com/barra/fabrica-de-cerveja-livi-bertoldi

"O hábito de beber cerveja fora introduzido na cidade de Ribeirão Preto pelos imigrantes, eles a fabricavam de maneira artesanal, até surgirem as primeiras indústrias, que se tornaram algumas das mais importantes da cidade. Desde 1878, funcionava na vila uma pequena fábrica artesanal de cerveja, mas a bebida, ruim de doer, era mais utilizada como remédio contra febre. Em 1892 haviam dois pequenos fabricantes de cerveja no núcleo colonial. Então os imigrantes italianos, que sentiam falta do vinho, mas não pensavam em plantar uvas naquele febrão do Sol, ousaram fabricar uma cerveja de qualidade, a primeira grande fábrica fundada foi a de Livi & Bertoldi, tendo sido a terceira fábrica da cidade.

Quarto Bertoldi nasceu em Lavarone, Itália, no dia 27 de julho de 1876. Filho de Ezequiel Bertoldi e Anastácia Bertoldi, chegou ao Brasil no dia 26 de novembro de 1890 desembarcando no porto de Santos com 14 anos de idade, se deslocando para São paulo onde residiu e trabalhou em casas comerciais até 1896.
Em 1896, chegou a Ribeirão Preto para visitar os amigos e ficou.
Em 1900, Quarto Bertoldi associou-se a Salvatore Livi (Salvador) e fundaram uma fábrica de cerveja de alta fermentação, gazosas, licores e xaropes que, em algumas décadas, traria fama àquele italiano e se transformaria, como até hoje o é, numa referência simbólica nacional e produto de grande consumo na cidade. Esta cervejaria esteve situada à Rua Capitão Salomão, na área conhecida como Barracão, onde nessa época começava a se configurar o eixo de comércios e indústrias da terceira seção do Núcleo Colonial Antonio Prado, ela veio se reunir às outras três cervejarias já existentes no Núcleo: a de João Bernardi & Irmão, a de João Betoni localizadas no Barracão e a de Ernesto Esquibole localizada no Tanquinho."


Ou seja, nos anos 1900 existiam pelo menos 3 micro-cervejarias em RIbeirão, em iniciativa de famílias como Bertoldi, Livi, Bernardi, Betoni e Squibole...

Aqui, graças a Deus, as cervejarias artesanais estão retornando, e voltando a se destacar numa luta desigual com as mega-cervejarias, que produzem uma água amarela com álcool de milho que elas chamam de cerveja...

Hoje temos aqui a Colorado, a Lund e a Invicta. Artesanais, maravilhosas e sem milho, soja, álcool injetado e todos os outros aditivos que as grandes cervejarias colocam para a população massiva e acéfala se embebedar.

Eu gostaria de sugerir à elas alguma cerveja em homenagem à Italia. Não sou especialista, mas quem sabe algo de pignoli, avelã, sabe mais o que...que combine com presunto cru e parmesão...

Se criarem, me convidem para o primeiro gole.....


segunda-feira, 28 de outubro de 2013

O Maravilhoso Depoimento de Olga Polito

O mesmo Vanderlei, que gentilmente forneceu as fotos antigas da família do irmão do meu bisavô trouxe outra raridade. Para mim, é uma jóia, um capricho que apenas alguém com muita consciência da importância da história poderia fazer.

Trata-se de um depoimento riquíssimo, e que estudarei e comentarei em partes em outros posts. Traz informações do passado, que se mistura ao presente.

Pelo documento, esse depoimento de Olga Polito Souza, filha de João Polito, sobrinha de meu bisavô, foi tomado em 25/10/1997. A redação é um pouco confusa, mas muito rica. Dá para imaginar a velhinha recordando e falando as informações desencontradas.

Comentarei o texto em posts, aos poucos. É realmente lindo (segue em sua íntegra):

Os Prados (Família) moravam em Guatapará

A Família Toquini, morava entre Guatapará e a Fazenda das Flores.

João Polito comprou um Sítio perto de Ibirá. Para ir a Guatapará, tinha que passar pela Fazenda das Flores, onde moravam os Coffani (Daí a união das duas Famílias, através de Vicente e Augusta).

Um trabalhador falou para o João Polito que marcasse seu gado, senão o Toquini ia dizer que ele roubou seu gado.

Tia Olga contou da existência de um livro que falava sobre fatos da Fazenda Guatapará, e que em certo ponto mencionava, dizia: "TELHAS E TIJOLOS FABRICADOS POR JOÃO POLITO. TELHAS E TIJOLOS FABRICADOS COM AMOR".

Tio Ricardo, moleque, dizia que era fácil fazer tijolos. O vovô respondia: "vai lá, ver se é fácil".

Quando mudaram para Ibirá, conheceram a Família Coffani. Então foi que vicente e Augusta se casaram (Fazenda das Flores). Para ir onde moravam os Polito, passavam em frente à Fazenda das Flores. 

João Polito tinha um gramofone em Guatapará. Ele ia de Guatapará a Guaranésia com o Eudes, filho do tio Ricardo, Irmão da mamãe Augusta, neto dele.

Usava o gramofone. Era o maior sucesso. Ia de Guatapará a Ribeirão Preto, fazer compras. Levou o gramofone e pôs para tocar. Foi um acontecimento!

A vovó Angela fazia polenta para os empregados. Cozinhava muito bem.

Depois, o João Polito mudou-se para Guaranésia e montou a padaria. Certo dia, um ex-empregado da fazenda das flores apareceu casualmente na padaria. Sem saber de nada, engenharam um papo. A certa altura, ele disse que só conheceu um homem muito bom, que dava presentes aos empregados e que se chamava João Polito. Então, o vovô perguntou-lhe se era capaz de reconhecer o João Polito, se o encontrasse. Ele disse: "Não sei". O vovô retrucou: "sou eu..."

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

O Rosto de Giovanni Polito (E outras coisas muito interessantes)

Recebi de maneira muito gentil de descendentes de Olga Polito, filha de Giovanni (João) Polito o material que segue. Além das fotos maravilhosas, eles tomaram o depoimento da Olga que revela detalhes muito interessantes da história da família.

Primeiro, uma foto muito antiga (calculo década de 10-20). O rosto do irmão do nonno, ao contrário do que acreditava é mais "brunno" que claro. Não chegava ser tão moreno como meu bisavô, mas foi uma grata surpresa:


Nesta foto, além de ter visto pela primeira vês meus tios-bisavós, há uma senhora do lado da esposa dele, Angela Molesin. Seria mãe de quem? Dele ou dela?

Na sequencia, uma foto da mesma família, mais numerosa e um pouquinho mais nova (calculo década de 40-50). Já podemos notar na foto outros Polito que aparecem em outras fotos do blog estão aí.


Uma foto dos irmãos Polito, filhos do João e sobrinhos de me bisavô. O Archimedes foi a inspiração de nome de um outro primo.


Há também o depoimento que ainda estou digerindo - muitas informações em um texto tão pequeno. Agradeço aos primos distantes que colaboraram com esse material maravilhoso.

terça-feira, 10 de setembro de 2013

Teria minha trisavó Antonia Bortolotto falecido em Cravinhos?

O falecimento do pai do nonno Lino ainda é um mistério. Não sabemos exatamente o local. Suspeita-se de Mogi-Mirim, e que com certeza ocorreu entre 1886 e 1893, pois desembarcara no Brasil e quando sua filha mais velha Stella Polo se casou em Sertãozinho em 1894, ele já era falecido. Não existem óbitos de Pietro ou Pedro registrados em Ribeirão (que nesta época englobava Guatapará e Sertãozinho em seus registros).

A mãe do nonno, Antonia Bortolotto....dela sabemos um pouco mais. No casamento do nonno em 1900 em Cravinhos/SP, ela era viva com certeza. Como o nonno nessa época provavelmente morava em Guatapará e mais provavelmente ainda se mudou pra Cravinhos (a família da nonna Giulia Zuanon era mais sólida), a chance dele ter levado consigo a mãe é considerável.

Então, a chance dela ter falecido em Cravinhos se torna maior. E há um registro de uma senhora Italiana, de nome Antonia e viúva falecida em 06/10/1918 com 75 anos. A unica coisa que não bate é a idade. Ela teria entre 78 e 79 anos nesse ano, e o registro conta com 75 anos de idade. Seria ela?



domingo, 25 de agosto de 2013

Angelica, a afilhada dos Nonnos Lino e Giulia

Cravinhos, 24/12/1899. Era batizada na igreja de São José (na verdade foi capela de São Benedito, pois a pedra fundamental da igreja de Cravinhos foi lançada apenas depois), Angelica, que nascera em 5 de maio do mesmo ano.

Filha de Francesco (Giuseppe ) Zuanon e Maria Pecorari, teve como padrinhos meus bisavós Lino Polo e Giulia Zuanon:


O charme registro, assinado pelo pároco italiano Giacomo de Petris era que nesta data, ainda restavam quase 11 meses para o casamento dos então prováveis noivos.

Posteriormente, o nonno ganhava mais uma provável homenagem do mesmo casal. Era batizado em 01/06/1902 Lino Zuanon. Lino faleceria em 07/07/1983 em Itápolis, suicidando-se segundo os registros do Município.

Era comum a homenagem nos numerosos filhos com nomes dos parentes, principalmente avós, pais, irmãos e cunhados.


Algo que curiosamente me chamou a atenção: o sobrenome dos padrinhos é o mesmo do marido da irmã do nonno, Stella. Seriam parentes?

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Uma verdadeira sacanagem com as putas (em outro sentido, claro)

Dia internacional das mulheres. Todo mundo dá abraço na esposa, na mãe, na irmã, na colega de trabalho, na domestica, enfim, em todo mundo. Mas acho que ninguém se lembra das putas, das meretrizes. E acho isso sacanagem, no sentido mais purista da palavra.

A cultura de Ribeirão deve muito às putas: como ilustrado na carta de Monteiro Lobato neste blog, assim como outras publicações constatamos à Belle Époque caipira. As nativas não eram tão atrativas. Importavam-se as Francesas com uma ligeira condição: como Ribeirão era na época o Fim do Mundo, queriam ao menos parte do luxo que encontravam na cidade Luz. 

Assim, para agrado de suas concubinas, os barões do café trouxeram os mascates árabes e suas sedas, a primeira exibição de cinema no estado de São Paulo parece ter sido aqui. Importávamos champagne diretamente da França.


Corista do Cassino Antarctica, 1927 (Fotografo: Salin Aissum)

O grande cafetão, ops, quer dizer, o empresário do deste tipo de diversão na pequena Paris caipira era o Francês Francisco Cassoulet, que administrou cassinos como o Eldorado e o Artarctica, que ficava na esquina das ruas Amador Bueno e Américo Brasiliense. A coisa fica mais interessante ainda quando pensamos que essa região é da Igreja. Ou seja, pagando o laudêmio, até o puteiro funcionava:



A foto de Fransciso Cassoulet, do livro “História de Ribeirão Preto” vol.1 de Rubem Cione:



O grande poder aquisitivo dos coronéis do café fez com que Ribeirão Preto se desenvolvesse a ponto de ser comparada a grandes metrópoles da época, principalmente Paris, cidade que serviu como modelo de modernidade, suntuosidade e beleza. Imitando sua arquitetura e hábitos sociais, surgiram vários teatros e sociedades que promoviam os eventos e entretenimentos sociais, como exemplo: Teatro Eldorado, Teatro High-Life, Bijou Theatre, Paris Theatre, Sociedade Recreativa de Esportes, Sociedade Dante Alighieri, Sociedade Legião Brasileira de Assistência, União Geral dos Trabalhadores, Salão Auxiliadora e Sociedade de Socorros Mútuos.

Um dos vários estudos acadêmicos sobre a atuação de François Cassoulet é o de Benedita Luiza da Silva (2000): O Rei da Noite no Eldorado Paulista: François Cassoulet e os entretenimentos noturnos em Ribeirão Preto (1880-1930), que aborda a questão do processo de desenvolvimento da empresa de entretenimentos de Ribeirão Preto comparada a outros municípios do interior do estado de São Paulo como Campinas, Franca e Batatais. Segundo a autora, estas cidades com as mesmas condições materiais, como a existência de ricos produtores de café e da ferrovia Mogiana, não tiveram um desenvolvimento crescente comparável ao de Ribeirão Preto. (cópiado de http://arquivohistorico.blogspot.com.br/2011_07_01_archive.html)

Ainda sobre as mulheres de RIbeirão no fim do século XVII e início do XIX, segundo publicação no arquivo histórico de São Paulo (http://www.historica.arquivoestado.sp.gov.br/materias/anteriores/edicao45/materia03/):


Theatros etc... Eldorado

Foi esplendida, magnifica mesmo a festa que o sr. Francisco Cassoulet nos roporcionou na noite de antehontem no seu elegante theatrinho da rua S. Sebastião. 
Ricamente  engalanado, se achava interna e externamente aquelle edificio onde centenas de pessoas apreciavam a largas golles o especial "chopp" offerecido pelo Cassoulet.

O espetaculo foi o que de melhor se poderia desejar, tal a correção dos artistas que,  renovaram as bellas "toalettes" e primaram no desempenho dos seus papeis.
Duvernot veio mostrar aos "habituaes" que tinha o dever de tomar parte directa, cantando admiravelmente o seu "Ninon"...
Los Corona, incpichensíveis, elegantes e sympathicos nos deliciaram gostosamente nos seus duettos de fina escolha. Os demais artistas, quase disciplinados soldados, venceram o combate da noite, merecendo applausos.
Cumpre-nos e o fazemos com justiça aqui, salientando os trabalhos de Rina Zambelli, a quem coube as honras da noite.
Indubtavelmente fez supplantar a tudo aquillo que haver pode de bom, de bello, atrahente, fascinante e encantador.
Rina ZAmbelli mostrou-se como sempre irreprehensível.
Cantou, porém com tão elevado gosto, com tanta harmonia e sedução que a enorme massa de seus admiradores fizeram-na voltar ao palco cinco vezes, terminando com a "tosca".
O sr. Cassoulet mais uma vez triumphou, amenisando-nos com uma belíssima noite.
"Chopps" e charutos foram distribuídos gratuitamente e as 11 horas fomos distinguidos com o especial "champagne" que o Cassoulet offereceu a imprensa do Ribeirão Preto e a policia alli representada.
Agradecendo ao Cassoulet as finezas que nos dispensou, fazemos votos para a prosperidade de seu estabelecimento e damos-lhe os nossos parabéns. (Sexta-feira, 11 de Outubro de 1907)

Ou seja, reconheçamos o valor de nossas putas no passado, em especial para nossa cultura, e até mesmo os ares franceses que ainda sopram por aqui (e que trouxeram a seleção da França) Esquecer delas, seria uma grande sacanagem...


Uma volta ao passado - Visitando o Solar Villa Lobos (Casarão da Caramuru)

1890 - Meu bisavô tinha 14 anos e esta casa já estava de pé fazia tempo. Considerando que ela ainda se encontra mais ou menos de pé, sem nenhuma reforma, isso é um fato e tanto:


"Localizado no número 232 da Avenida Caramuru, na Vila Virgínia, o Solar Villa Lobos, também conhecido como Casarão Caramuru, foi construído na segunda metade do século XIX, o imóvel que é um dos mais antigos da cidade, ainda possui a fachada trazida da Itália em 1892, que pode ser vista com alguma dificuldade."


O que era então sede de uma fazenda, foi engolido pela cidade. Há registros de sua construção em 1883 (ou seja, ele existe aqui antes da minha família). Boa parte da Vila Virginia, parte da USP e outros pedaços deste lado da cidade de Ribeirão correspondiam à então fazenda.

Estarei pesquisando maiores detalhes da construção. Recebi a graça de poder visitar esse imóvel tão espetacular junto com meus colegas de trabalho, em visita guiada com uma equipe da Prefeitura Municipal Apesar do abandono, me senti lisongeado com a oportunidade. Seguem fotos que fiz pessoalmente.

Detalhe curioso: A frente que ele possui hoje para a avenida Caramuru é obra do arquiteto Italiano Vicente Lo Giudice, que foi colocada depois da casa existente muitos há muitos anos, quando a então avenida estava sendo criada:











A única coisa que me preocupa é que esse restauro seja um restauro mesmo. Vi um projeto que não me parecia um restauro, e sim uma fachada com um treco modernista no fundo, parecendo uma das faculdades privadas aqui de Ribeirão. 

Os afrescos são simplesmente fantásticos. Relata-se que seu pintor foi um dos professores de Portinari. Eles possuem cenas de Veneza, do café, elementos geométricos e algo que acredito ser de referencial maçônico:








terça-feira, 4 de junho de 2013

A Família da Irmã Mais Velha da Nonna Giulia Zuanon

Legal. Muito Legal. Show de Bola. Um ramo da família gerada pela Paolina, irmã mais velha da nonna Giulia Zuanon tem um encontro anual. Que coisa linda, parabéns!!!

Paolina, na verdade Paola Angela Zuanon, nasceu em Santa Giustina in Colle (PA) em 25/09/1876, que se casou com Ferdinando Menegatti em data e local que não descobri em minhas pesquisas. Seu primeiro filho, Angelo Menegatti nascera 26/06/1900 na cidade de Cravinhos.

Após isso, a única menção que encontrei deles foi de um grupo de estudos onde dizia-se terem ido para a cidade de Jaú, mas nada que pudesse confirmar. Não sei onde faleceram.

O encontro dessa família ocorre na cidade de Caarapó, no Mato Grosso (que coisa, não?) e realmente me emocionou:


Sonho em fazer algo por esses lados aqui também. Aos Menegatti de Caarapó, se tiverem mais informações e fotos de Paolina ou Ferdinando, será um prazer publicar.

Parabéns!!!!

domingo, 26 de maio de 2013

As matas na Guatapará e outras coisas curiosas

A interessante publicação "Filhos do Café" disponível no site da Prefeitura de |Ribeirão Preto tem fotos e dados impressionantes:

A primeira coisa diversa que achei mostra a então Fazenda Guatapará em 1889 (ano do casamento de Giovanni Polito, na época em que provavelmente meu bisavô Lino teria morado). Observem o cenário: As matas atrás da colonia de casas. Uma foto maravilhosa:


Uma foto que mostra o então fundador Martinho Prado cuidando pessoalmente da Fazenda:



Outra coisa curiosíssima é a descrição que Monteiro Lobato faz da cidade de Ribeirão em carta a um amigo em 1907. Fala das prostitutas europeias,  de sua diferença com as cidades paulistas e mineiras e também uma coisa bacana -  já se bebia por essas bandas Champagne:


Rangel,

Estou seriamente endividado para contigo, em cartas, livros, cumprimento de promessas, pedaços de queijo... Mas explica-se a má finança. O mês de dezembro passei-o todo fora daqui, em S. Paulo e no  Oeste. 

Corri as linhas da Paulista, Mogiana e Sorocabana, com paradas nas inconcebíveis cidades que da noite para o dia o Café criou - S. Carlos, um lugarejo de ontem, hoje com 40 mil almas; Ribeirão Preto, com 60 mil; Araraquara, Piracicaba a formosa e outras. Vim de lá maravilhado e todo semeado de coragem nova, pois em toda a região da Terra Roxa -um puro óxido de ferro - recebi nas ventas um bafo de seiva, com pronunciado sabor de riqueza latente. 

Em Ribeirão, a colheita do município foi o ano passado de 4 e meio milhões de arrobas -coisa fabulosa e nunca vista. Um fazendeiro, o Schmidt, colheu, só ele, 900.000 arrobas. Costumes, hábitos, idéias, tudo lá é diferente destas nossas cidades do velho S. Paulo e da tua Minas. Em Ribeirão dizem que há 800 “mulheres da vida”, todas“estrangeiras e caras”. Ninguém “ama” ali à nacional. O Moulin Rouge funciona há 12 anos e importa champanha e francesas diretamente. 

A terra-chão, porém, é uma calamidade -”enferruja”, isto é, avermelha todas as pessoas e coisas, desde a fachada das casas até o nariz dos prefeitos. Vai um pacotinho de amostra. Não pense que é tinta, não. Lá ninguém mora; apenas estaciona para ganhar dinheiro. Esse meu passeio de 3.453 quilômetros de via férrea buliu muito com as minhas idéias. 


[...] Eu mesmo gostaria de firmar-me por lá [...] Estou tentando ser nomeado para Ribeirão Preto... (Lobato, 1950 pp. 153-155)

Maravilhoso, não?

Mais sobre o Padrinho do nonno

Silvestre Molesin (ou Monesin). O padrinho do nonno permitiu mais uma interessante descoberta. Ele conseguiu viajar para a Italia novamente junto com 2 filhas, aparentemente a passeio. No memorial do Imigrante é seu registro de retorno ao Brasil:


Aparentemente viajara com duas filhas, Elvira e Ida. No rodapé, dados de residência em Cravinhos há 11 anos, e o Fazenda de Café que morava, pertencente à Alfredo Arantes.

Isso prova que os Italianos aqui visitavam seus parentes na Italia. Laços desfeitos com o tempo, infelizmente...

terça-feira, 21 de maio de 2013

A trágica epidemia de varíola em 1887 de São Simão


Janeiro de 1888. Ao tentar encontrar o óbito de meu trisavô Pietro Polo em São Simão (onde sei que a família também morou), encontrei um registro impressionante. Ao contrário dos registros comuns, a epidemia obrigou o vigário P. Angelo Jose Philidory Torres a registrar de forma resumida e específica a tragédia que se abateu sobre a então principal cidade da região, maior que a pequena Ribeirão Preto:

"Nota= No dia nove de Setembro ultimo, foi esta Villa accomettida pelas bexigas; a população retirou-se quase toda ficando somente na villa os desvalidos de meios para fugir, alguns negociantes levados mais pelo interresse do que pela philantropia, a colonia de estrangeiros que trabalhavão na nossa Matriz e o vigário da parochia e dois medicos que a bem da humanidade não recuaram diante de terrível morbo e combateram-no com tanta energia e intellygencia que em menos de tres meses puderam dar alta a todos os doentes do  Lazareto e  declarar extinta a doença variola. O numero de acometidos elevou-se a noventa e quatro e trinta e nove foram as vitimas. Si em fim de Dezembro findo pudemos organizar uma lista exacta, quanto é possível em semelhantes casas das que sucumbiram a fatal doença e foram enterrados em um cemitério ad hoc, a qual vai transcripto n´este livro de obitos par servir em caso de necessidade"

A tabela na impressionante e histórica imagem abaixo:





segunda-feira, 20 de maio de 2013

O antiquíssimo sobrenome Veneziano Polo

Polo tem diversos significados se pesquisarmos em  páginas diversas na Internet. Parece vir de Paulus, e que teria origem na Dalmácia (região Católica Romana da atual Croácia). Trata-se especificamente de uma região que abrange territórios da CroáciaBósnia e Herzegovina (Neum) e Montenegro (Bocas de Cattaro), na costa leste do Mar Adriático, estendendo-se entre a ilha de Pag a noroeste e a Baía de Kotor a sudeste.

Sem dúvida tem origem no trecho oriental do Vêneto, parte mais oriental da Itália. Supor que podemos ser da mesma linhagem do navegador Veneziano Marco Polo é sem dúvida instigador, mas encontrar documentos com cerca de 1000 anos com o sobrenome da Família da minha mãe é simplesmente fantástico:



Esse documento é um trecho de arquivo de um índice de documentos medievais,  da Biblioteca Marciana, no  Cathaloghi Storici Digitalizzati da Biblioteca Digitale Italiana - "Cataloghi di codici italiani. Catalogo manoscritto. Indice alfabetico", disponível em http://cataloghistorici.bdi.sbn.it/indice_cataloghi.php?OB=Biblioteche_Denominazione&OM=

Fantástico, não?


A outra irmã do Nonno - Stella

Graças a ajuda on-line (de novo) de 2 bons pesquisadores (Leandro Carmona e Marcelo Nomellini), encontrei o que acredito ser a outra meia irmã, por parte de pai, do meu bisavô Lino. Stella, nascida em 1870 em Santo Stino di Livenza, casou-se aqui na Região de Ribeirão com Pietro Giroldo em 04/04/1888:



Outra coisa que reforça a suspeita que ela seja mesmo a irmã mais velha, é o nascimento de uma filha em 22/06/1894 na cidade de Sertãozinho, Rosa:


Esses dois registros tem informações muito interessantes:

  • O marido dela, Pietro Giroldo, era Vêneto também.
  • Ela morou em Sertãozinho, mesma cidade em que sua outra irmã, Domenica teria morado
  • Ela colocou na filha o mesmo nome de sua falecida mãe na Italia, Rosa
  • Confirma-se que o meu trisavô já era falecido bem antes de 1894 (o registro de casamento não tem essa informação)
  • O nome do meu trisavô já era grafado como Pedro Paulo, igual a homenagem do seu filho Lino ao seu caçula, meu avô Pedro Paulo.
Mas agora surgiram mais perguntas que respostas. Como nunca falou-se nessas duas irmãs, aparentemente tão próximas? Porque o meu irmão por parte de mãe Giovanni Polito era tão mais bem próximo que suas meias irmãs por parte de pai? Que fazenda de Sertãozinho teriam vivido?

terça-feira, 7 de maio de 2013

Quem diria - O Domenico se transformou em Domenica....

Sem maiores preconceitos, a frase acima tem um contexto bem diferente nos dias atuais se comparados ao tempos do longínquo 1893. Mas graças à mais uma grande ajuda do pesquisador Leandro Carmona, encontramos o que acredito ser o "irmão" perdido do nonno Lino.

Eu sempre achei estranho ele não estar na relação do Archivio di Stato Veneziano, mas agora tudo faz sentido. Esses arquivos só relacionavam os meninos, e era muito esquisito o menino registrado no desembarque como Domenico não ter sua saída registrada na Italia.

Encontrou-se um registro de casamento em 27/05/1893 registrado na Matriz de Ribeirão Preto onde casavam-se Domingas Paulo e Eugenio Michelan. 

Assim como aconteceu com o desembarque de minha bisavó Giulia, os registros de desembarque muitas vezes erravam o sexo das crianças ao se registrar. Domenico então, era Domenica, que em Português se converteu em Domingas.

Muitos indícios levam a crer se tratar da mais nova irmã do nonno Lino: são compatíveis a idade, o nome dos pais (registrados como Pietro Paulo e Rosa Paulo - ela era apenas meia irmã do nonno, filha do segundo casamento de meu trisavô com Rosa Taurico) e o local de seu nascimento (grafado pelo padre como Cestina de Livença, e que acredito ser Santo Stino di Livenza) em Venezia.


Um detalhe muito interessante, muito mesmo: o pai da noiva (Pietro) já era falecido em 1893. Isso quer dizer que o pai do nonno faleceu entre 1886 e 1893 ao menos, muito pouco tempo.

Boa descoberta, não?

domingo, 5 de maio de 2013

O Padrinho de Casamento do Nonno Lino

A amizade também pode ficar registrada também em documentos. Um nome que muito me intrigava era o nome de um dos padrinhos do casamento religioso do nonno Lino Polo. No casamento de Cravinhos, cita "Silvestre Monesin" como padrinho. Eu nunca havia registrado esse sobrenome antes, e acredito ter encontrado hoje seu casamento.

Silvestre Molesin, casou em 10/10/1892 com então 19 anos. A esposa era Herminia Gasparetto. O charme do registro era a naturalidade de Silvestre: foi registrada pelo padre como "Sestino de Livença", Veneza. Provavelmente seria Santo Stino de Livenza. Ele então teria 3 anos a mais de idade que o nonno e seriam conterrâneos. Uma amizade que ultrapassou o Atlantico e que ficou na Fazenda Guatapará, com certeza.



sexta-feira, 3 de maio de 2013

Fotos antigas sobre os imigrantes em Guatapará

Olá a todos.

Descobri no site da Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto uma publicação muito interessante: "Italianos em Ribeirão Preto", da Pesquisadora Liamar Izida Turon (ISBN 978-85-62852-07-7). Uma publicação maravilhosa, que contém informações muito interessantes sobre os fratelli que chegaram a minha cidade.

Mas do conteúdo, existem 2 fotos muito importantes e acredito serem uma das mais antigas da Fazenda Guatapará, com foco nos imigrantes italianos. A primeira é (segundo referência da publicação) de 1887 e a segunda de 1889, ano que com certeza familiares meus já viviam na fazenda:



A segunda foto precisei copiar um pedaço que estava em outra página, não ficou lá tão bom. Algumas coisas dessas fotos são muito curiosas:

  • A grande maioria dos homens usa chapéu
  • Os vestidos das mulheres com mangas compridas
  • No fundo das fotos é possivel perceber com algúm esforço matas, o que foram derrubadas pelos mesmos italianos para a plantação do café
  • A diversidade dentro dos próprios migrantes. Há pessoas loiras e morenas. Na foto de baixo parece haver um mulato(a). Acredito ser um resquício dos primeiros trabalhadores "importados" da Bahia, estratégia que se mostrou infrutífera segundo outros autores.
  • É percebível o estado precário da comunidade na época. O estado da via e das construções se mostra muito precária, muito mesmo

Segue o link da maravilhosa publicação: www.ribeiraopreto.sp.gov.br/scultura/italianos.pdf

Fotos com mais de 120 anos. Maravilhosas, não?


quinta-feira, 25 de abril de 2013

Um suposto tataravô Frigeri

Se nossas contas estiverem certas, encontrei um de meus tataravós. Seguindo a lógica que os 3 Frigeri que chegaram aqui eram irmãos, e Pietro seu pai, encontrei o nascimento dele na cidade de Sustinente, Mantova, em 1/08/1814, Pietro Girolamo Cesare, filho de Deodato Frigeri (1788) e Tereza Tucci (1789):


http://www.antenati.san.beniculturali.it/v/Archivio+di+Stato+di+Mantova/Stato+civile+napoleonico/Sustinente/Nati/1814/2774/4660742_01259.jpg


terça-feira, 23 de abril de 2013

Mais detalhes e suposições sobre os Frigeri



Resgatei mais dados sobre minha pesquisa, enviados estes pelo Leandro Carmona (que também estuda a mesma família), que aparentemente temos nossa árvore em comum:

Meu ramo:
  • Silverio Frigeri nasceu em 1857 na Itália e casou-se com Iside Gottardelli, nascida em 1860. Chegaram ao Brasil em 27/04/1887 a bordo do vapor Bourgogne. Chegaram com três filhos: Angiolina (*1882), Elisabetta (*1883) e Mario Antonio (*05/10/1886, Castel d'Ario, Mantova, Itália).

No mesmo navio, Bourgogne, chegou:
  • Archidoro Frigeri (*1849) casado com Emilia Camiani (*1860). Chegaram com uma filha: Elisabetta (*1885). Tiveram o filho Attilio nascido em 20/12/1890 em Pirassununga, SP.

O ramo do Leandro:
  • Giuseppe Frigeri (*1845) casado com Giuseppa Ferrari (*1849). Desembarcaram em 30/09/1887 no mesmo navio Bourgogne. Ele veio com o pai viúvo, Pietro Frigeri (*1814). Também chegaram com quatro filhos: Anselmo Secondo (*18/09/1875, Sustinente, Mantova), Pietro (*29/03/1881, Roncoferraro, Mantova), Francesco (*13/02/1885, Roncoferraro, Mantova) e Lucia (*1866).

Hipóteses e constatações:
  • As três famílias no mesmo vapor Bourgogne. Na época era comum a família pagar para a mesma Companhia, mas virem em datas diferentes, no caso Giuseppe demorou para trazer o pai idoso?
  • As cidades de Castel d'Ario, Sustinente e Roncoferraro são vizinhas.
  • Silverio e Archidoro tiveram filhas Elisabetta, era comum se colocar o nome da avó nas filhas, seriam irmãos e filhos de uma Elisabetta?
  • O destino final das três famílias era a fazenda de Claudovino Rodrigues Dantas em Descalvado

Encontrando os embarques na Italia

Italianos gostam de história. E possuem uma arquivística muito bacana, melhor que geralmente encontramos no Brasil (exceto aos estados de São Paulo e Rio de Janeiro). Estou tentando buscar tais referências na Italia, e encontrei facilmente muitos dados:

Família Zuanon:
No site do "Archivio storico del Distretto Militare di Padova Leva Militare delle province di Padova e Rovigo 1846 - 1902" encontrei facilmente o embarque dos meninos da família Zuanon, confirmando os dados que encontrei nas imagens do family search. 

CognomeNomeNum. listaData di NascitaLocalità NascitaProvinciaAnnoComune IscrizioneMandPadreMadre
ZUANONAngelo250,0025/04/1851SANTA GIUSTINA IN COLLEPD1851SANTA GIUSTINA IN COLLECAMPOSAMPIEROGiuseppeSmania Angela
ZUANONCorrado116,0023/05/1880SANTA GIUSTINA IN COLLEPD1880SANTA GIUSTINA IN COLLECAMPOSAMPIEROAngelo


Valem duas observações: Por ser um site de registros militares, mulheres e crianças de colo não eram registradas. Por exemplo, Francesco Giuseppe Zuanon (Jose aqui no Brasil), não foi registrado.

O link do site é: http://www.aspd.beniculturali.it/ (é necessário cadastrar-se na base para consultar).

Família Polo:
O "Archivio di Stato di Venezia - Liste di Leva" é o de consulta mais fácil e simples, com muitos dados. Não é necessário cadastro e até mesmo observações das fichas foram cadastradas. Por exemplo o registro de meu bisavô, Lino. Não sei o porque, apenas meninos estão divulgados, acredito para facilitar a rastreabilidade de entes ao redor do mundo.

Polo Lino
di professione: Contadino
figlio di Polo Pietro di professione Contadino e Bortolotto Antonia
Nato il 24/03/1879
Luogo di nascita: San Stino di Livenza (Venezia)
Distretto Mandamento: Portogruaro
Segnalazioni dell'emigrazione: America, 3/4/1887
Numero di estrazione: 225
Lista di leva del comune di: San Stino di Livenza
Numero del registro: 177
Numero d'ordine: 35
Segnatura: Ufficio di leva di Venezia, Liste di leva


O link do site é: http://www.archiviodistatovenezia.it/leva/

Familia Frigeri:
Descobri hoje detalhes dos Frigeri. O menino que veio no embarque (Mario Antonio), era nascido na comuna de Castel d´Ario, que agora se chama Castellaro.

O Site é de navegação muito ruim: http://ricerchefamiliari.lombardinelmondo.org/index_archstato.asp


sábado, 20 de abril de 2013

O Brunello di Montalcino e os vinhos do Brasil


Abrir uma garrafa de um Brunello é uma sensação maravilhosa. Ao menos para quem gosta de vinho. Bem verdade que vinho bom é o que te agrada, mas nós nascidos no Brasil sofremos muito com o vinhos ruins ao longo do tempo. Atire a primeira pedra que nunca bebeu aqueles vinhos de garrafões de 5 litros, que cheiravam à álcool.

Após anos da salvaguarda (ridícula, típica de países subdesenvolvidos) do governo para proteger o "nosso vinho", penso que surgiram algumas coisas ruins ao longo da história:


  • A primeira é que o mercado privou nossas vinícolas de competir e sentir a necessidade de evoluir por força de mercado. Temos bons vinicultores no Sul e provei rótulos do Vale do São Francisco que me agradaram, e se tivessem competido a mais tempo seriam melhores ainda
  • Desenvolvemos um paladar à lá Sangue de Boi. Alguns vinhos são feitos com as uvas de mesa, que são diferentes das uvas viníferas, e eles eram nosso padrão na época do mercado fechado, ao menos para nós, menos abastados
  • Ao abrir o mercado, nos inundaram com Chilenos e Argentinos de quinta categoria. Vale lembrar que esses países possuem vinhos maravilhosos
  • Hoje, compramos um vinho italiano a R$ 30,00 e achamos ter comprado um vinho excelente. Balela.


Com a desculpa de proteger-se novamente, quase o governo brasileiro a pedido da IBRAVIN criou uma segunda medida protetiva. Graças a Deus não pegou, iria ser uma puta cagada (com o perdão da palavra) da Dilma.

Mas no nosso décimo terceiro podemos ainda comprar um Brunello. Na Itália existem as denominações DOC e DOCG (Denominações de Origem Controlada (Boa) e Garantida (Melhor ainda)), e os Brunellos DOCG, feitos com a uva Sangiovesse Grosso são espetaculares. Aconselho fortemente a prová-los, é maravilhoso.


Fotos aéreas do passado de São Paulo

Saiu na lista Brava Gente uma página maravilhosa. Trata-se de uma exibição no Site do IGC (Instituto Geográfico e Cartográfico) de diversos municípios do Estado de São Paulo, feitas através de fotos aéreas realizadas nos anos de 1939/1940:

http://www.igc.sp.gov.br/produtos/galeria_aerofotos.aspx


Em Ribeirão Preto, tem-se a vista da Fazenda Guatapará, com detalhes que nunca havia visto em outras fotos:


Na foto podemos observar:

  • Os terreiros de secagem do caffè
  • Ao alto, quase centralizada a Igreja e logo abaixo e a direta a colonia da casa em que morei, que meus avós e meus tios moraram
  • Quase paralelo a igreja, uma outra construção, parece uma capela ou um barracão
  • No meio da foto e indo até seu final a esquerda diversas colonias, algumas as quais eu não conheci e não sei exatamente quais eram


Dá vontade rolar a foto, pena que não tem maiores fotografias. ...

domingo, 14 de abril de 2013

Gottardeli (ou Gottardello), um sobrenome raro que pode ser uma pista

Como já disse aqui, a Familia Frigeri é a que tenho menos detalhes em relação à minha ancestralidade, no que diz respeito ao meu lado materno. Meu tio avô Silverio Borges jura que seus avós (Silverio Frigeri e Isida Gottardeli) seriam respectivamente de Roma de do Sul. 

Mas como toda família Ítalo brasileira, temos muitas lendas que estão guardadas num passado que estão aparentemente ansiosas por serem desmentidas ou descobertas. Isso pode gerar alguns equívocos (por exemplo acreditava por um erro de tradução do dialeto Veneto para o Italiano padrão que "nonzolo" seria núncio, e na verdade meu trisavô era sacristão). 

Sobrenomes raros são uma pista maravilhosa para tentarmos encontrar nossas raízes. No caso de um dos casais que me deram origem, isso se torna interessante.

Pesquisando no Site do Gens Labo, descobri que Frigeri é um sobrenome do Norte da Italia, mas possui poucos núcleos difusos ao longo do território Italiano:


Mas a surpresa ocorre no sobrenome da minha trisavó, a pesquisa é muito interessante: apenas um local possui o sobrenome no mapa:


Ou seja, isso pode determinar a região geográfica da busca bem mais específica, e quem sabe obter mais informações. O site não dá o local preciso, mas..em alguns documentos o sobrenome de minha trisavó como Gottardello. Seria esse o correto?

Numa busca mais acurada:


Aparentemente seriam originarios de Varese, ou de sua região, onde a città de Vedano Olona possui estatisticamente mais grupos (apenas 7) do sobrenome. 

As coisas estão clareando....


sexta-feira, 29 de março de 2013

Giovanni Battista Polo - seria ele a chave?

Como já disse, encontrei meu tio bisavô Giovanni Battista, após bom tempo de busca. Esse meio irmão de meu bisavô pode fornecer uma pista importante de onde parte de minha família se fixou, e quem sabe o local do falecimento de meu trisavô.
Um detalhe importante: no velório de meu primo Olívio em Rincão (infelizmente famílias numerosas só se encontram hoje em dia por força de velório....), minha prima Terezinha disse que sua mãe havia comentado certa vez que a mãe do nonno, minha trisavó estaria sepultada em Mogi-Mirim ou Mogi-Guaçu, mas com leve fé de ter sido realmente na primeira cidade.
Meu primo Mário também havia citado esse irmão que aparentemente desertara do serviço militar Italiano, para ajudar no soldo da família. Mas ao estudar os registros de migração mais de perto, notei algo curioso:
No registro do Archivio di Venezia encontrei seu registro migratório, mas no registro de Italiano não há a data do embarque. Ao tentar encontrar tal registro no memorial do Migrante de São Paulo, encontrei apenas um Giovanni Battista "Pallo", cuja idade se assemelha ao meu tio bisavô, e pode ter a chave do mistério:

No registro do Archivio di Stato di Venezia

Polo Giovanni Battista
di professione: Villico

figlio di Polo Pietro di professione Villico e Taurico Rosa
Nato il 19/06/1871
Luogo di nascita: Caorle (Venezia)
Distretto Mandamento: Portogruaro
Luogo di residenza: Caorle (Venezia)
Distretto Mandamento: Portogruaro
Numero di estrazione: 506
Lista di leva del comune di: Caorle
Numero del registro: 153
Numero d'ordine: 32
Segnatura: Ufficio di leva di Venezia, Liste di leva

  
Em seu suposto desembarque em São Paulo:

Livro
 
004
Página
 
072
Família
 
40020
Número Ordem
 
1
Chefe
 

Sobrenome
 
PALLO
Nome
 
GIO BATTA
Parentesco
 

Nacionalidade
 
ITALIANO
Idade
 
22
Estado Civil
 

Procedência
 
RIO JANº
Destino
 
ARARAS
Vapor
 
WASHINGTON
Chegada
 
03/11/1886
Nacion. Trad
 
ITALIANA - 16
ContaGov
 

Sexo
 

Religião
 

Ler
 

Profissão
 
JORNALEIRO
Fazendeiro
 

Observação
 
DATA DO CARIMBO: 30/11/86

Daí preciosas informações podem ser deduzidas:

  • Ele teria vindo primeiro que a família. A família do nonno veio em maio de 1887, e ele em novembro de 1886, com um intervalo de 6 meses. Isso era na época relativamente comum, pois vinha primeiro uma pessoa para sondar o Brasil, e depois ele chamava o resto da família através de carta.
  • Ele passou primeiro pelo Rio de Janeiro, ao invés dos supostos familiares. Ou seja, seríamos quase-cariocas.
  • Veio só, com 22 anos (pelos documentos Italianos, teria 25).
  • O Registro do navio foi interpretado como Pallo, igual ao seu suposto pai.

Na ata de desembarque, na minha visão, o registro é Pollo (e não Pallo como interpretado pelo registro do memorial paulista):





Mas a maior pérola do registro: destino final em Araras. Isso é muito curioso e pode ser mesmo a pista que faltava para a localização de meus antepassados que busco há mais de 10 anos. Araras é uma cidade vizinha à Mogi-Guaçu, fazendo uma interessante coincidência com as informações que minha prima Terezinha possuía, mesmo sem ter muita certeza.

Uma observação importante: "Gio Batta" é uma forma Italiana de abreviar "Giovanni Battista".

E vamos à busca!!!! Se Deus quiser, maiores detalhes em breve.