Quando se pensa em herança, logo na sequencia pensamos em dinheiro, as vezes em litígio, em imóveis, ouro,etc.
Meus Italianos eram pobres. Disso não há dúvida alguma. Desembarques com várias crianças e uma ou duas malas, num país quente, cheio de doenças e que ninguém, exceto os fratelli da Itália, conheciam sua língua Esse é o perfil do Italiano que migrou ao final do século 19.
Quando me casei senti uma grande diferença. Não por minha esposa (muito paciente por sinal), mas demorou certo tempo para entender que essa diferença era minha herança: a cultura que os imigrantes italianos trouxeram consigo e que luta para não morrer em nossos lares. O curso de Italiano foi fundamental para tal entendimento.
Brigas e amores diários num frequente amor /ódio quase passageiros , comprar tomate em toda ida à quitanda. Vinho sempre presente, a culinária cheia de pratos, sabores e palavras: gnocchi, mangerona, basílico, brodo, risoto, pizza, azeite de verdade, pasta, pimenta calabresa, polenta, uva, caffè, queijo, alcachofra etc,etc,etc. A macarronada de domingo, é nosso maior bem cultural. A data do Natal, nossa fé católica, com nossos veneráveis Santos, igrejas e ritos.
Os cabelos também são parte da herança: nós descendentes masculinos que vos digam, com nossas reluzentes e diversas carecas, falhas e entradas.
Nosso dever passa pela manutenção, resgate e perpetuação dessa verdadeira riqueza.Viva nossa ancestralidade, viva nosso povo.
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