sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

O desembarque dos Zuanon

Os Zuanon vieram pouco depois dos Polo. A impressão é que foram bem mais organizados desde o início que os demais familiares pelos documentos que encontrei. O problema é que os registradores da hospedaria dos migrantes de São Paulo erraram feio o sobrenome: de Zuanon, escreveram Zaccanon. Além disso, converteram aos duas meninas da Família em meninos.



No Archivio storico del Distretto Militare di Padova (Leva Militare delle province di Padova e Rovigo 1846 - 1902) existe apenas a menção dos homens no embarque. Eles desembarcaram em Santos no dia 03/08/1892, e viajaram em um navio identificado como Andrea Doria. Não encontrei registros desse navio (existe um outro, construído apenas em 1951). Outro detalhe interessante é o primeiro local que se fixaram no Brasil: na cidade de Leme/SP, na fazenda onde o dono identificado permitiu descobrir uma característica muito interessante:


Essa fazenda existe até hoje! E é muito conhecida: trata-se da Fazenda Cresciumal, onde ainda há um famoso desfile de carnaval aos moldes Italo-Nordestino, com máscaras como se faz em Venezia:



Segue abaixo um texto que encontrei num artigo que descreve tal fazenda no site http://www.culturaleme.com.br:


A fazenda Cresciumal, historicamente, foi a primeira região de “Leme” a ser habitada e desbravada economicamente, segundo documentos pesquisados eram moradores da referida fazenda o Sr. Aleixo Antonio Bueno de Morais (13.10.1822), José Brás Nicolau (09.04.1824) e Roque do Prado Bueno (09-04-1824). O Barão de Souza Queiroz veio adquiri-la em 07.11.1840. Vale lembrar que o povoamento da cidade de Leme só teve início em 1877 com a chegada da estrada de ferro. A fazenda tinha aproximadamente 2.200 alqueires de terras, com um perímetro de 36 km. O seu nome vem de uma espécie de bambu chamada criciúma, encontrada na região. Em 1847 o Barão de Souza Queiroz, seguindo o exemplo do sogro (Nicolau Vergueiro) começou a substituir a mão de obra escrava pela mão de obra livre trazendo imigrantes europeus para suas fazendas. O Barão de Souza Queiroz adquiriu 11 fazendas através de pedido de sesmarias ou compra de glebas em três delas foram fundadas colônias para trabalhadores imigrantes e brasileiros, dentre elas a Fazenda Cresciumal. Os imigrantes alemães foram os pioneiros na região, chegaram mais ou menos vinte e dois anos antes da formação do povoamento de Leme, contratados para o trabalho na lavoura cafeeira. Mais tarde, o governo brasileiro promoveu a vinda de italianos que se fixaram na colônia da fazenda, onde alguns de seus descendentes ali viveram por muito tempo. O Barão de Souza Queiroz trouxe para o Brasil mais de 2000 imigrantes europeus (alemães, italianos e portugueses) atingindo grande prosperidade em suas colônias. Em 1891, com a morte do Barão, seus filhos Dr. José de Souza Queiroz (administrador da fazenda) e Dr. Augusto de Souza Queiroz, receberam a Cresciumal como herança. Após algum tempo, Dr. Augusto ficou com uma fazenda vizinha chamada Ibicatú. Ainda em vida, o Dr. José doou a Cresciumal para seus filhos José Neto, Gisela e Raul, com o passar do tempo seu filho José Neto comprou a parte total de sua irmã e uma parte da propriedade de Raul cuja outra parte fora loteada, e vendida para antigos colonos da Cresciumal formando o núcleo Cresciumal. Hoje a Fazenda Cresciumal tem 170 anos e é a única fazenda fundada pelo Barão que ainda pertence à família.




2 comentários:

  1. Boa noite Fernando.
    Por acaso você tem mais informações sobre as 11 fazendas adquiridas pelo Barão de Souza Queiroz que você menciona no texto ?
    Agradeço pela ajuda.
    Fernando Mattos
    fmattos1980@hotmail.com

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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