Os Zuanon vieram pouco depois dos Polo. A impressão é que foram bem mais organizados desde o início que os demais familiares pelos documentos que encontrei. O problema é que os registradores da hospedaria dos migrantes de São Paulo erraram feio o sobrenome: de Zuanon, escreveram Zaccanon. Além disso, converteram aos duas meninas da Família em meninos.
No Archivio storico del Distretto Militare di Padova (Leva Militare delle province di Padova e Rovigo 1846 - 1902) existe apenas a menção dos homens no embarque. Eles desembarcaram em Santos no dia 03/08/1892, e viajaram em um navio identificado como Andrea Doria. Não encontrei registros desse navio (existe um outro, construído apenas em 1951). Outro detalhe interessante é o primeiro local que se fixaram no Brasil: na cidade de Leme/SP, na fazenda onde o dono identificado permitiu descobrir uma característica muito interessante:
Essa fazenda existe até hoje! E é muito conhecida: trata-se da Fazenda Cresciumal, onde ainda há um famoso desfile de carnaval aos moldes Italo-Nordestino, com máscaras como se faz em Venezia:
Segue abaixo um texto que encontrei num artigo que descreve tal fazenda no site http://www.culturaleme.com.br:
A fazenda Cresciumal, historicamente, foi a
primeira região de “Leme” a ser habitada e desbravada economicamente, segundo
documentos pesquisados eram moradores da referida fazenda o Sr. Aleixo Antonio
Bueno de Morais (13.10.1822), José Brás Nicolau (09.04.1824) e Roque do Prado
Bueno (09-04-1824). O Barão de Souza Queiroz veio adquiri-la em 07.11.1840.
Vale lembrar que o povoamento da cidade de Leme só teve início em 1877 com a
chegada da estrada de ferro. A fazenda tinha aproximadamente 2.200
alqueires de terras, com um perímetro de 36 km. O seu nome vem de uma
espécie de bambu chamada criciúma, encontrada na região. Em 1847 o Barão de
Souza Queiroz, seguindo o exemplo do sogro (Nicolau Vergueiro) começou a
substituir a mão de obra escrava pela mão de obra livre trazendo imigrantes
europeus para suas fazendas. O Barão de Souza Queiroz adquiriu 11 fazendas
através de pedido de sesmarias ou compra de glebas em três delas foram fundadas
colônias para trabalhadores imigrantes e brasileiros, dentre elas a Fazenda
Cresciumal. Os imigrantes alemães foram os pioneiros na região, chegaram mais
ou menos vinte e dois anos antes da formação do povoamento de Leme, contratados
para o trabalho na lavoura cafeeira. Mais tarde, o governo brasileiro promoveu
a vinda de italianos que se fixaram na colônia da fazenda, onde alguns de seus
descendentes ali viveram por muito tempo. O Barão de Souza Queiroz trouxe para
o Brasil mais de 2000 imigrantes europeus (alemães, italianos e portugueses)
atingindo grande prosperidade em suas colônias. Em 1891, com a morte do Barão,
seus filhos Dr. José de Souza Queiroz (administrador da fazenda) e Dr. Augusto
de Souza Queiroz, receberam a Cresciumal como herança. Após algum tempo, Dr.
Augusto ficou com uma fazenda vizinha chamada Ibicatú. Ainda em vida, o Dr.
José doou a Cresciumal para seus filhos José Neto, Gisela e Raul, com o passar
do tempo seu filho José Neto comprou a parte total de sua irmã e uma parte da
propriedade de Raul cuja outra parte fora loteada, e vendida para antigos
colonos da Cresciumal formando o núcleo Cresciumal. Hoje a Fazenda Cresciumal
tem 170 anos e é a única fazenda fundada pelo Barão que ainda pertence à
família.
Boa noite Fernando.
ResponderExcluirPor acaso você tem mais informações sobre as 11 fazendas adquiridas pelo Barão de Souza Queiroz que você menciona no texto ?
Agradeço pela ajuda.
Fernando Mattos
fmattos1980@hotmail.com
Este comentário foi removido pelo autor.
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